Márcio Accioly
Em entrevista concedida à TV Senado
(que pode ser acessada no Youtube), o representante roraimense Mecias de Jesus
(Republicanos), alertou, mais uma vez, sobre a gravidade da situação que o
estado vive, em função da crise de refugiados venezuelanos.
Ele citou números e descreveu sua
peregrinação pelos corredores da administração federal, em Brasília, buscando
solução para cenário a cada dia mais caótico e quase impossível de encontrar
final feliz. O senador aproveitou a ocasião para apresentar sugestões e dizer o
que poderia ser feito para amenizar o drama.
Mecias disse que “o Brasil cresceu,
em média, 0,79%”, no último ano, enquanto Roraima atingiu a casa de 5,5%. No
ano de 2016, segundo ele, o estado contava 500 mil habitantes, contrastando com
o número de 605 mil habitantes agora existentes. Isso atesta que Roraima teve o
maior crescimento demográfico entre todos os estados da Federação.
O inchaço demográfico penalizou todos
os 15 municípios de Roraima, porque não aconteceu desenvolvimento econômico
proporcional. O senador utilizou como exemplo o seu município de origem, São
João da Baliza, que possuía menos de dez mil habitantes nas áreas urbana e
rural e, hoje, está com 13 mil, em função da chegada dos venezuelanos.
Ele afirmou que os municípios
entraram em colapso nas áreas de saúde, educação e segurança pública, “pois não
têm como abrigar ou dar cobertura a tanta gente”. Além disso, acrescentou,
“metade dos que chegam é composta de crianças e adolescentes, cujos pais não
têm como oferecer orientação ou necessário apoio”.
Na opinião de Mecias, tudo que for
feito com relação ao fluxo de refugiados será sempre pouco, “pois o que temos
visto é um país inteiro se transferindo para Roraima em busca de oportunidades
de trabalho, educação e atendimento médico impossíveis de serem oferecidos”.
O representante roraimense tem
sugerido aos escalões federais que se promova imediata interiorização dos
refugiados venezuelanos que chegam, redistribuindo-os pelos municípios e demais
cidades brasileiras. “É a única forma de aliviar pressão sofrida pelo estado,
se não quisermos assistir a inevitável explosão”.
Na última vez que esteve com o
general Ramos, ministro da Secretaria-Geral de governo, o senador Mecias de
Jesus sugeriu, também, fosse feito acordo com a empresa que irá construir o
linhão de Tucuruí. O linhão levará energia elétrica para Roraima, mas existe
impasse de adendo que se deseja no valor de R$ 140 milhões.
“A questão com os índios já está
resolvida. O que falta é o governo concordar com a atualização de valores do
contrato que a empresa diz estar defasado. O que se deseja corresponde a um mês
de gasto com óleo diesel fornecido às usinas termelétricas”, de acordo com
Mecias.
Ele entende que a chegada de energia
irá contribuir para reduzir tensões, em função da criação de novas vagas de
trabalho. A entrevista do senador pode ser vista aqui:
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&v=b9Yqg8UYslY