Como brasileiro apartidário e apolítico, causam-me perplexidade as
manifestações de parlamentares, especializados em contestar as ações de
governos contrários às ideologias esquerdistas.
Essa forma birrenta de atuação é muito lamentável, pois,
independentemente de paixões político-partidárias, os senhores parlamentares
deveriam ter os interesses gerais da República sempre presentes, como
bandeira nacional.
Reforma da Previdência Social
Na audiência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado,
sexta-feira 23, que tratava de reforma da Previdência, participava, entre
outros, o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), figura folclórica e de
cultura educacional primária, o qual não sabe fazer outra coisa na vida senão
viver da política e criticar as decisões de partidos contrários ao PT.
Não é nenhuma surpresa o PT afirmar que a reforma causa prejuízo
aos mais pobres e se reveste de inconstitucionalidade. Essa ladainha de sempre já
se tornou mantra bastante surrado. Quando foi que o PT
concordou com alguma medida que não tenha sido de sua lavra?
A recente reforma trabalhista para o país se modernizar e se
desenvolver, acabando, por exemplo, com a obrigatoriedade do imposto sindical,
que só forrava o bolso de biltres chefões sindicalistas, foi também e continua
sendo replicada pelo PT.
O senador Paulo Paim (PT-RS) foi autor da PEC
paralela, na reforma da Previdência do LULA, que violou direitos adquiridos ao
aprovar a contribuição de 11% sobre as aposentadorias e pensões de servidores.
Como ousa agora o senador Paim, acompanhado por Chico Vigilante e
outros mentecaptos, falar de inconstitucionalidade da reforma da Previdência?
Na reforma protagonizada por Lula, os direitos adquiridos de
servidores foram solenemente desrespeitados, tanto que a ex-senadora
petista Heloisa Helena se rebelou e foi defenestrada do partido.
Por outro lado, concordo que se trata de uma reforma açodada, sem
apresentar laudo de auditoria externa comprovando, de forma imparcial, a
realidade do déficit e nem apontar a responsabilidade de seus autores. Mas a
reforma se faz necessária para ajustar a Previdência aos tempos atuais,
corrigindo distorções.
Desmatamento da Amazônia
Por acaso, as queimadas e os desmatamentos inexistiam nos governos
do PT? Com todo o respeito, considero pura demagogia e hipocrisia o senador
Paim vir agora declarar preocupação com o desmatamento.
Não fosse o destempero verbal do presidente Jair Bolsonaro, que só
pensa depois que fala, e compra briga desnecessária, o mundo não estaria agora
se reportando apreensivo às queimadas e ao desmatamento da Amazônia, e nem o
senador Paim e o deputado distrital Chico Vigilante estariam censurando a
política ambientalista do presidente Bolsonaro.
Júlio César Cardoso
Servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC