Márcio Accioly
O senador Mecias de Jesus
(Republicanos-RR), pretende que o governo federal apure mal explicada operação
de exportação de 288kg de ouro, anunciado como supostamente produzido em
Roraima. O valioso minério foi destinado a dois países: Índia e Emirados
Árabes.
Na opinião do representante
roraimense, toda a operação indica perfeita elaboração de fraude. “Essa
impressão se fortifica no fato de não existir garimpo legalizado no nosso
estado. O ouro que circula em Roraima é contrabandeado na fronteira e tem
origem em três países: Guiana, Venezuela e Suriname”.
Mas o que causa espécie, na opinião
de Mecias, é o fato dessa operação ter sido declarada ao Ministério das Minas e
Energia e registrada no Portal Comex Stat. É gesto de grande ousadia!
Em 2017, a Polícia Federal e o
Exército apreenderam 700kg de ouro. Em 2018, nova apreensão: mais 700kg de
ouro. Em 2019, talvez temendo nova ação policial, os envolvidos decidiram
declarar a posse e venda do ouro, registrando apenas 288kg. São 412kg de ouro
menos do que o total de cada apreensão nos dois anos anteriores.
A empresa que realizou a operação de
exportação está localizada no município de Caieiras, São Paulo. Tudo legal e
oficializado, como exigido. O problema é que o estado de Roraima não tem como
produzir ouro. Não existe nada sancionado nesse sentido. Fica bem claro que os
infratores descobriram uma forma de fraudar a chancela do estado.
O registro de todo o procedimento,
junto a órgãos competentes, tratou-se, na realidade, da oficialização de um
crime: contrabando. E é isso que o senador Mecias de Jesus quer ver apurado
pela PF e pelas autoridades que cuidam de casos como esse.