Cássio Rizzonuto
Pode ser engano, mas a maioria das
pessoas imagina que o STF, a cada mês, coloca em pauta uma manobra, a que chama
de “julgamento”, para decidir se o ex-presidente Lula da Silva será solto, ou
não. Condenado na primeira instância, Lula teve a sentença confirmada pelo
TRF-4, STJ e STF, mas o caso não termina nunca.
A certeza que se tem é a de que tudo
isso só irá a ponto final quando Lula for absolvido e solto. Por que não se
elabora, então, lei que deixe intenções perfeitamente claras? Lei que expresse
que ladrões ficarão presos, “mas se um deles tiver sido presidente da República
e se chamar Lula da Silva, ficará solto?”
Outro fato que ainda não fez cair a
ficha para cem por cento da chamada “classe política” (claro que existem as
exceções da regra), são as manifestações de rua, pacíficas e volumosas,
apoiando, sem a menor margem de dúvida, a Lava-Jato, o juiz Sérgio Moro e as
ações do governo federal. É preciso que haja uma delas, também, a cada 15 dias.
Nossos homens públicos gostam
de brincar de faz-de-conta. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ), gosta de falar em “Parlamento”, em medidas que pretende tomar, mas
ninguém lhe dá ouvidos. Ele é alvo de deboche e de ações de descrédito, todos
os dias, nas redes sociais. Ou não nota, ou a cara de pau é sem fim!
Alguém precisa informar Rodrigo Maia e Davi
Alcolumbre (presidente do Senado) que o Brasil não tem Parlamento. Que temos um
Congresso Nacional com 513 deputados e 81 senadores. São duas Casas as que
compõem o Congresso: Câmara dos Deputados e Senado. Essa história de Parlamento
é fantasia, só existe em suas cabecinhas.
O regime é republicano, quem manda é
o presidente da República. Foi instalado em 1889, com a queda do imperador
Pedro II. O presidente Bolsonaro foi eleito prometendo acabar com o lero-lero
do toma-lá-dá-cá, característica de nossa atividade política há anos sem fim. A
população, não vê quem não quer, deseja punir corruptos.
Rodrigo Maia precisa saber que é de
interesse da maioria da população aprovar pacote anticrime enviado ao Congresso
Nacional, pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, modificando a legislação para
punir bandidos. Não tem como detonar tal pacote, querendo salvar deputados e
senadores bandidos, pois o país cansou.
O resto é teatrinho e conversa fiada.
O STF também já cansou. Todos esperam a hora de renovação, para que se
estabeleçam caminhos de seriedade e de construção de novo futuro. O palavrório
de julgamentos espúrios não convence mais, sequer, os imbecis.
É preciso aprovar o pacote anticrime.
Acabar com a história de condenar sujeito a mais de 20 anos de cadeia e
libertá-lo por “progressão de pena”, “cesta básica”, devolvendo-o à prática dos
mesmos crimes como acontece todos os dias.
Nossos homens públicos, em sua
maioria, não têm noção de administração pública e exercem mandatos como se
prêmios lotéricos. Vejam-se nossas Cidades: apodrecidas e se desmoronando.
Brasília, por exemplo, encontra-se com suas estruturas ameaçadas. A Rodoviária
Central da Capital Federal corre o risco de desabar.
As medidas no país são sempre
emergenciais. Os que deveriam legislar e apontar saídas se preocupam em exercer
funções que não são as suas. Como Rodrigo Maia, querendo ser
“primeiro-ministro” num regime republicano.
Os homens públicos brasileiros são ridículos
e despreparados por inteiro. Não leem, não estudam, nem entendem nada do mundo
em que vegetam.