Por Márcio Accioly
A construção do Linhão de Tucuruí,
que virá de Manaus até Roraima, ainda não começou, nem teve programada a sua
licitação, mas já sofreu a sua primeira baixa: o presidente da Funai, general
Franklimberg Ribeiro de Freitas.
A notícia de que Franklimberg seria
exonerado foi dada em primeira mão, ao senador Mecias de Jesus (PRB-RR), pela
ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Coincidiu de o senador estar sendo
recebido pela ministra, quando o presidente Bolsonaro telefonou para tratar de
alguns assuntos e abordou a questão.
A saída do presidente da Funai foi
causada pelo fato de ele não ter avançado nas negociações com os
waimiri-atroari, a respeito da passagem do Linhão pelas terras da Reserva onde
vivem.
Como se sabe, os índios se opõem
fortemente a passagem do Linhão, embora ele deva ser construído junto ao leito
da BR-174 que é propriedade da União. A própria rodovia sofreu oposição, no
início da construção, causando sérios conflitos entre os silvícolas e o regime
militar que dominava à época.
O senador Mecias de Jesus lamentou a
saída de Franklimberg, mas ressaltou que a construção do Linhão tem prioridade
máxima, pois diz respeito à integração de Roraima ao Sistema Interligado
Nacional – SIN.
Sem a interligação, diz o senador,
“não há possibilidade de desenvolvimento econômico nem a perspectiva de
melhores dias”. Ele afirma que “engenheiros eletricistas e técnicos do setor
são unânimes na compreensão de que não há como manter economia pujante apenas
com a produção de energia por usinas termelétricas”.
Não se sabe ainda quem será o novo
presidente da Funai, mas terá de ser pessoa com habilidade suficiente para
negociar saída imediata para problema que já dura há um bom tempo.