Autoridades
da Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de 5,6
milhões de reais) os 39 kg de cocaína encontrados com o segundo-sargento da
Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues, segundo o jornal espanhol
El País. O militar foi detido na terça-feira, 25, no aeroporto de Sevilha
durante escala para o voo que seguia para o Japão, em comitiva de apoio à
viagem do presidente Jair Bolsonaro à cúpula do G-20.
O sargento foi
preso em Sevilha, na quarta-feira (26). Ele fazia parte de uma tripulação
que ficaria na cidade espanhola para esperar Bolsonaro voltar do Japão.
O presidente disse
ainda que Rodrigues "traiu a confiança" da comitiva por levar drogas
em um avião da FAB (Força Aérea Brasileira).
Durante encontro do
G20, em Osaka, Bolsonaro disse que está se mantendo informado sobre o caso. Ele
afirmou ter pedido que a aeronáutica levante dados sobre a vida do sargento
para averiguar sinais de enriquecimento.
Na sexta (28), ele
disse que essa não deve ter sido a primeira vez que o militar transportou
drogas em um avião da FAB.
O episódio submeteu
o governo a constrangimento internacional, provocou desconforto no
Planalto e pôs em dúvida o aparato de segurança de viagens do presidente.
Prisão durante
escala Rodrigues foi detido durante uma escala do avião. Após a prisão, a
escala da aeronave de Bolsonaro, programada para a cidade espanhola, foi
transferida para Lisboa na quarta (25). Em mensagem em rede social, o
presidente disse ser "inaceitável" o comportamento do militar.
A detenção do
sargento se deu após ele deixar o avião, quando passava pelo controle aduaneiro
do aeroporto, segundo a imprensa espanhola.
O
jornal El País afirmou que Rodrigues levava
um porta-terno e uma mala pequena com 37 pacotes sem camuflagem. Cada
um continha pouco mais de 1 kg da droga.
O segundo-sargento
da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso em Sevilla, na Espanha, por
transportar cocaína. Reprodução Rede Social O segundo-sargento da Aeronáutica
Manoel Silva Rodrigues, preso em Sevilla, na Espanha, por transportar cocaína.
Ele responderá por
crime contra a saúde pública, tipo penal que engloba os casos de narcotráfico
na Espanha. As autoridades do país apuram agora o destino da droga. Suspeita-se
que o sargento faria a entrega para uma máfia dentro do país.
O vice-presidente
Hamilton Mourão, que exerce interinamente as funções de Bolsonaro, chamou
o sargento de "mula qualificada". Segundo ele, o militar era taifeiro
(prestador de serviços de copa) e atuaria no avião com Bolsonaro no
trecho de retorno entre Sevilha e o Brasil, previsto para o fim de semana, após
a cúpula.
"A legislação
vai cumprir o seu papel. Esse elemento vai ser julgado por tráfico
internacional de drogas e vai ter uma punição bem pesada", declarou.
Um inquérito
policial militar foi aberto para apurar o episódio. Segundo relatos de
integrantes do governo, raramente a tripulação de suporte é submetida a revista
policial ou a detectores de metais antes do embarque no Brasil.
A cúpula militar
aventa que o sargento teria sido pago para levar a droga à Espanha para uma
facção criminosa. Sevilha é porta conhecida para a entrada de droga na Europa.
Bolsonaro disse ser
"uma pena" que a prisão do segundo-sargento da
Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, 38, que carregava 39 kg de cocaína, tenha sido na
Espanha e não na Indonésia, onde os condenados por tráfico de drogas são
executados.
"Uma pena
que não foi na Indonésia, eu acho que ele ia ter o destino do Archer",
disse Bolsonaro, numa referência ao brasileiro Marco Archer, executado no país
asiático em 2015, após ter sido condenado à morte por tráfico de drogas.