Cássio Rizzonuto
(31/05/2019)
Dia desses, pesquisas
eleitorais na Argentina apontavam a liderança da ex-presidente (2007-15),
Cristina Kirchner, na disputa do próximo pleito presidencial (outubro deste
ano). Agora, Cristina quer ser candidata, sim, mas a vice-presidente. Ela
responde a processos por roubo e desvios do dinheiro público.
Dizem que existe
disputa, espécie de rixa, entre brasileiros e argentinos. Não se sabe dizer por
quê. Eles são muito parecidos nas atitudes e comportamento. Até os seus homens
públicos adotam a mesma “filosofia de vida”, se é que se pode chamar assim o
fato de prevaricar, bater carteira e agir como bandido.
O ex-marido de
Cristina, Néstor Kirchner, que sempre tinha um olho no padre e outro na missa,
começou a dinastia. Ele foi governador de Santa Cruz (1991-2003), um dos mais
longos mandatos. Depois, foi eleito presidente do país, em 2003. Disputou,
naquela eleição, o primeiro turno com Carlos Menem, que desistiu do segundo
turno.
Menem era aquele que
possuía costeletas iguais a dono de bordel, e que vivia exibindo habilidades
como dançarino de tango, atuação não recomendada a candidato a estadista. Foi
acusado dos mais desmoralizantes roubos e condenado pela Justiça. Está solto
por ter mandato de senador e depender da autorização de seus pares.
Acusado, também, dos
mais variados crimes (roubo e desvio de dinheiro) Néstor Kirchner teve a
“sorte” de morrer em 2010, antes da apuração dos delitos. Mas deixou a mulher
na Presidência, pois possuía liderança suficiente para elegê-la com folga. Tem
algo diferente do que acontece no Brasil? Por que a “rivalidade” com
argentinos?
Brasil e Argentina
possuem muitos recursos naturais, potencial para desenvolver e formar nações
ricas e respeitáveis, mas a qualidade de seus homens públicos se encontra
abaixo da linha de cintura. Isso faz lembrar a história de um grego que aportou
em Buenos Aires como refugiado, aos 21 anos de idade, e que se tornou o mais
rico do mundo.
Aristóteles Onassis
chegou na Argentina com 250 dólares no bolso e muita disposição para trabalhar
e fazer fortuna. Sua família havia perdido tudo na Grécia, depois de ter de
fugir do território grego de Esmirna (hoje pertencente à Turquia) e abandonar o
negócio local de tabaco (a família retomaria a mesma atividade).
Pois bem: Onassis
começou em Buenos Aires, trabalhando como telefonista da British United River
Plate Telephone Company. Decidiu, então, enveredar pela fabricação de cigarros
(comprando fumo que importava dos familiares na Grécia). Foi roubado por um
empresário argentino, recuperou tudo através do trabalho e prosperou.
Mais tarde, com
dinheiro que tomava emprestado nos bancos, comprou dois navios no Canadá para
ampliar o negócio de cigarros. Descobriu a mina de transportar óleo e comprou
petroleiros. Ficou bilionário, comprou uma companhia de transporte aéreo que
instalou na Grécia, venceu a pobreza e se tornou cidadão do mundo.
Os muitos ricos da
Argentina e do Brasil (assim como no restante do Continente Sul-Americano),
prosperam, sim, no dinheiro público, através de mandatos eletivos. Não se
percebe altruísmo nos milionários sul-americanos. Eles só cuidam dos seus e de
suas famílias. Por isso que os países só têm populações pobríssimas, miseráveis
demais.
Onassis era
mulherengo e quando queria qualquer coisa, conseguia. Comprava tudo.
Casou-se com Jackie,
viúva do presidente Kennedy, assinando contrato milionário que, à época,
escandalizou. Peter Evans contou em livro (Os Crimes de Onassis), que ele
financiou o assassinato de Robert Kennedy para poder casar com ela.
Robert se
opunha.
Uma de suas frases
mais famosas dizia que: “-Se não existisse mulher no mundo, dinheiro não teria
qualquer importância”. Enquanto isso, argentinos e brasileiros brigam e a
Região Sul-Americana é roubada por seus homens ditos públicos até a medula.