O presidente do Sindicato dos Médicos
do Acre (Sindmed-AC), Murilo Batista, criticou o formato de contratação e os
salários oferecidos aos médicos no processo seletivo organizado pela Prefeitura
de Rio Branco e pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). O certame teria o
objetivo causar desinteresse da classe, que reivindica concurso efetivo e um
Plano de Cargo, Carreira e Remuneração (PCCR) que possa valorizar o
profissional.
Segundo o sindicalista, o salário de
R$ 2.424,71 reforça a evasão de médicos para outros Estados e municípios que
oferecem melhores condições de trabalho e concurso público efetivo, garantindo
uma carreira.
“O objetivo da Prefeitura é explorar
a categoria e colocar a culpa nos profissionais pela falta de interesse em
trabalhar em Rio Branco, mas esse método quer apenas causar um caos no sistema
de saúde”, declarou Murilo Batista.
O presidente do Sindmed-AC afirmou
que a entidade tentou negociar melhorias durante o período de reformulação do
PCCR, mas as propostas foram ignoradas e a própria Semsa deixou de atender os
representantes da classe em tempo hábil.
“A Semsa ignorou nossas propostas,
mostrando que não há interesse em garantir o atendimento médico aos
rio-branquenses, pois prefere desvalorizar o médico”, afirmou o sindicalista.
A crítica aponta para o formato do
pagamento da remuneração total, que oferece uma gratificação (R$ 5,3 mil) duas
vezes superior ao salário, prejudicando o pagamento previdenciário e qualquer
necessidade de afastamento motivada por doença ou licença maternidade.
“A gratificação é um método de
exploração e de escravizar o trabalho profissional, porque não é incorporado no
salário base, obrigando o trabalhador atuar mesmo que doente, causando riscos à
saúde do médico e do paciente”, detalhou o presidente.
O presidente do Sindmed-AC cobra concurso público efetivo e salário
adequado aos profissionais. Por Freud Antunes