Por Edinei Muniz
Escravos que sempre foram do
retrovisor, e já não tendo como fazer uso de argumentos puritanos na base do,
digamos, politicamente correto, o pessoal do governo resolveu mudar de
estratégia. A moda agora é o sujo buscar argumentos no mal lavado.
A referida estratégia retórica de
defesa foi inaugurada oficialmente ontem por intermédio da fala da maior
autoridade em fisiologismo político - política como balcão de negócios - em
atuação no Acre dos dias atuais.
Quem? Quem? Ele mesmo, o Deputado
Luiz Tchê!
Ontem, na Sessão Solene que inaugurou
o uso do referido argumento - na base do "não tô nem aí para o que
os outros irão pensar" - agora já posicionado do outro lado do
balcão e cuspindo no prato que comeu, o heróico líder do governo mais
atrapalhado da história resolveu 'alcaguetar' a companheirada do PT, até dois
meses atrás, seus fiéis aliados.
Disse o gaúcho, na forma de acusação
ao governo que tanto serviu (e lhe serviu), que o ex-governador Tião Viana
teria nomeado 4.500 pessoas para cargos comissionados.
Poucas horas depois, o 'queijo' foi
dividido cirurgicamente em 15 partes iguais e os defensores do governo passaram
a poluir as redes sociais com o melhor argumento encontrado pelo deputado
mascateiro para justificar a ampliação dos cargos comissionados do governo
Gladson após míseros cinco meses.
É verdade que Tião Viana nomeou gente
descumprindo o teto legal? Sim, é verdade!
Tchê, agora Mascate Oficial do Rei,
esqueceu apenas que foram 2.500 cargos e que tal inchaço se deu após quase 20
anos de poder.
O mascate também esqueceu que
ele próprio, por diversas vezes, quase sempre botando a faca no pescoço dos
governantes petistas, negociou cargos em troca de apoio político na
Aleac, postura que lhe rendeu a fama de ser um dos mais vorazes negociantes de
Cargos Comissionados de todos os tempos no Acre.
Ainda bem que existem bons gaúchos na
Aleac para o necessário contraponto ao Mascate do Rei.