Júlio
César Cardoso (*)
Lamentavelmente
a política nacional é uma vergonha. Os políticos não se elegem para representar
os interesses da sociedade, mas para defender os seus próprios interesses ou
daqueles que custeiam as suas eleições.
Votar
em político, no Brasil, é perda de tempo, e o passar do tempo tem confirmado
isso.
Quanto
custou a eleição de parlamentares - que hoje
interromperam o mandato para exercer outras funções - bancada grande parte
pelo o Fundo Eleitoral, no valor de 1,7 bilhão de reais, cujos recursos
públicos foram arrancados das áreas da educação e da saúde?
Esses indecorosos, mascarados de políticos sérios, deveriam
ressarcir o Erário pelo gasto de suas candidaturas.
Essa
prática imoral da interrupção de mandato faz parte do tecido corrupto brasileiro,
que já vem de muito tempo. Como pode ter hombridade política alguém que foi
pedir voto e depois de eleito simplesmente dá uma solene banana ao eleitor,
indo servir a governos na maior cara de pau?
Esses
políticos traidores de eleitores não merecem nenhuma consideração da sociedade.
São eleitos, infelizmente, pelo indecente instituto do voto
obrigatório, cujo instrumento obriga os incautos eleitores a
votar e eleger qualquer mequetrefe.
Mesmo
que o parlamentar tenha competência técnica para o exercício de
qualquer pasta, ele tem que entender que foi eleito para servir à
sociedade no Parlamento. Então, se quiser sair, que demonstre dignidade diante
do eleitor e renuncie ao mandato.
O
país precisa urgentemente alterar as suas regras indecentes que agasalham a
vida política. A interrupção de mandato para exercer outras funções é imoral e
grave deslealdade ao eleitor.
O
Art. 56 – I, da Constituição Federal, que ampara a investidura de parlamentar
em áreas fora do Parlamento, precisa ser revogado à luz da
impessoalidade e moralidade. Esperamos que os novos políticos
eleitos tenham comportamento republicano diante da matéria.
(*) Júlio
César Cardoso
Servidor
federal aposentado
Balneário
Camboriú-SC